domingo, 23 de novembro de 2008

Teatro: A estrelina mágica (Roberto Villani)

Personagens:

1 ESTRELINHA
3 ÁRVORES
1 FABRICANTE DE BONECOS
1 NEGOCIANTE DE BRINQUEDOS
BONECOS

ATO ÚNICO
Cena 1

Ao início, doze crianças entram no palco e formam três grupos de quatro crianças. Esses grupos se colocam no palco da seguinte maneira: 1 grupo à direita, outro ao centro e o outro à esquerda.
Todas as crianças abaixam-se, com os joelhos no chão e a cabeça inclinada sobre as coxas. Ouve-se então, música suave. As crianças começam uma expressão corporal imitando o nascimento da árvore. Erguem-se lentamente e, com os braços imitando galhos, colocam-se de pé imitando árvores, imóveis.
De repente, entre as ÁRVORES aparece a ESTRELINHA.

ESTRELINHA (com expressão de tristeza, canta – usar a melodia de “Ciranda-cirandinha”):
Eu sou uma estrelinha
Muito triste, do espaço.
Mas na Terra estou perdida
E agora, o que eu faço?

ÁRVORE 1 (estática, canta):
Se você é estrelinha,
Nós já vamos animá-la.
Mas é pena não podemos
Nunca, nunca acompanhá-la.
ESTRELINHA: Por que?

ÁRVORE 2: Não podemos sair do lugar...

ÁRVORE 1: Se você se afastar um pouco, ficará longe de nós...

ESTRELINHA: Ora, mas eu posso resolver esse problema. Afinal, estamos no Natal!

ÁRVORE 2: E isso faz diferença?

ESTRELINHA: Claro! No Natal eu fico com poderes mágicos. Você querem ver?

ÁRVORE 1: Se é isso que você quer...

ESTRELINHA: Pois muito bem. Aprontem-se. Vou dizer a minha palavra mágica. (Fala bem alto movimentando bastante os braços): Balabadim, a minha mágica é assim! (e as ÁRVORES começam a saltitar e a correr, como humanas).

ÁRVORE 2 (abraça a ESTRELINHA): Você é maravilhosa!

ÁRVORE 1 (Muito alegre):
Como é gostoso Estrelinha,
A gente poder andar.
Felizes estão amiguinhas
Vamos todos dançar.
Ao ritmo de música bem alegre, todas dançam, felizes. Depois...

ÁRVORE 3: Venha, estrelinha. Vamos levá-la à casa dos bonecos.

E todas deixam o palco, alegres.
Cena 2

Entra o FABRICANTE DE BONECOS. Triste, ele canta (usar a melodia de “Terezinha de Jesus”)

FABRICANTE:
Mas que triste, triste estou,
Que terrível situação.
Ninguém compra meus bonecos
E já estou sem um tostão.

Cabisbaixo, o FABRICANTE senta-se num canto, em silêncio. Então, surge o NEGOCIANTE DE BRINQUEDOS.

NEGOCIANTE (áspero, fala ao FABRICANTE): Vim devolver os seus bonecos. Eles não tem vida...

FABRICANTE: Eu já esperava por isso. Ninguém mais quer meus bonecos... E eu os fabriquei especialmente para este Natal...

NEGOCIANTE (canta – usar a melodia “Atirei o pau no gato”):
Seus bonecos não tem vida-da,
Seu trabalho-lho foi em vão-vão-vão...
Aconselho-lho que se aposente-te
Para o bem, para o bem desta Nação. (e deixa o palco).

Cena 3

Neste momento, entram a ESTRELINHA e as 3 ÁRVORES.

ÁRVORE 1: Estrelinha, este é o famoso Fabricante de bonecos.

ESTRELINHA: Como vai “seu” Fabricante de bonecos?

FABRICANTE: Mal, muito mal. Ninguém quer os meus bonecos...

ÁRVORE 2: Mas o senhor não é famoso?

FABRICANTE: Não sou mais. Todos dizem que meus bonecos não tem vida...

ÁRVORE 3: E o Natal? As crianças ficarão tristes sem seus bonecos...

FABRICANTE: Infelizmente, eu nada posso fazer...

ESTRELINHA: Mas eu posso! (e canta – usar a melodia de “A canoa virou”)
Resolver o seu problema
Vai ser fácil para mim.
Vou dar vida aos seus bonecos,
Vou falar Balabadim.

FABRICANTE: Mas o que é Balabadim?

ESTELINHA: Balabadim é uma palavra mágica. Traga seus bonecos e eu mostrarei como se faz.

O FABRICANTE bate palmas e os BONECOS entram com a seguinte postura: corpo curvado para frente, braços caídos, soltos, cabeça baixa, andar lento e cambaleante. Espalham-se pelo palco, mais ou menos em semicírculo e ficam imóveis, na postura indicada.

ESTRELINHA (coloca-se à frente dos BONECOS e, com movimentos de braços, exclama): Balabadim, a minha mágica é assim!

Os BONECOS colocam-se eretos, soltos, alegres. E cantam (melodia “mulher rendeira”):
Olá, já temos vida!
Olá, vida já temos!
Somos todos bons bonecos,
Bom dinheiro então valemos...

Cena 4

Sob o ritmo de música bem alegre, todos dançam, inclusive o FABRICANTE, a ESTRELINHA e as ÁRVORES. Enquanto eles dançam, volta o NEGOCIANTE que, surpreso, observa tudo. Ao final da música...

NEGOCIANTE (entusiasmado): Compro todos os bonecos. Agora eles têm vida!

TODOS (muito alegres): Viva!!!!

NEGOCIANTE (para os BONECOS): Queridos bonecos, acompanhem-me! Vamos alegrar as crianças neste Natal (e deixa o palco seguido pelos BONECOS).

A ESTRELINHA põe-se então triste.

FABRICANTE (aproxima-se dela): O que faz você triste, meu bem?

ESTRELINHA: Estou perdida no Espaço. Não sei mais o caminho de volta...

FABRICANTE: Pois então, alegre-se! Eu vou mostrar para você o caminho de volta. Espere um pouquinho só. (e sai).

ÁRVORE 1: Ele tem um montão de mapas.

ÁRVORE 2: Mapas muito velhos.

ÁRVORE 3: Talvez ele tenha o mapa do lugar...

ESTRELINHA: Engraçado, eu gosto muito dele... e nem sei o seu nome...

ÁRVORE 1: Também não sabemos. Mas as crianças costumam chamá-lo de Noel...

FABRICANTE (com um grande mapa nas mãos): Este mapa é tão velho quanto o mundo. (Com movimentos exagerados, coloca o mapa no chão e debruça-se sobre ele): Venham ver.

ESTRELINHA (examina, atentamente, o mapa):Deixe-me ver... 9dá um salto de alegria) É aqui! (mostra no mapa) Eu moro aqui, neste pedaço do céu...

FABRICANTE: Eu sabia. Os meus velhos mapas não falham!

ESTRELINHA (um tanto triste): Adeus, amigos! Chegou a hora de eu partir... (abraça todos e deixa o palco, sempre acenando adeuses e beijos).

NEGOCIANTE (apontando): Lá está ela! E como brilha!

FABRICANTE (emocionado): Sim, é a minha ESTRELINHA MÁGICA!

Então todos cantam (melodia da “Estrela Dalva, no céu desponta...”) enquanto acenam para o alto:
A estrela Dalva, no céu desponta,
E a lua anda tonta com tamanho esplendor...
E as pastorinhas, pra consolo da lua,
Vão cantando na rua lindos versos de amor...

FIM

Um comentário:

Wesley Pego disse...

eu estou ensaiando essa peça, eu sou o fabricante, essa peça é muito divertida!!
aqui quem fala é o Wesley