Texto: Josiane Lopes
A Internet tem um papel diferente para meninas e meninos na infância.
Aos 10 anos, as meninas já estão interessadas em conhecer outras crianças, enquanto os meninos dão prioridade aos jogos competitivos. Elas vão para os blogs e eles para os games.
Quando entram na Internet, a rede passa a ser um dos principais canais onde eles buscam aceitação. Para as crianças, estar no mundo é estar conectado. E os pais sempre acabam pensando: “Será saudável uma criança ter relacionamentos virtuais?” ou “dá para confiar em um amigo se você nunca viu?”. Uma coisa é certa: manter relações virtuais “é inevitável no mundo digital”. Isso não pode ser considerado bom ou ruim. Tudo vai depender da forma como acontece na vida dessas crianças.
Outra preocupação constante dos pais são os sites com conteúdo proibido para menores e facilmente acessados pelos pequenos. É por isso que os psicopedagogos afirmam: como a vigilância absoluta é praticamente impossível, não adianta proibir. Quando o assunto é Internet, a relação entre pais e filhos deve ser de muito diálogo e confiança.
As antigas dicas de comportamento que os pais davam aos filhos devem permanecer. Por exemplo, jamais aceitar doces de estranhos, não é? Agora, ao invés de doces são e-mails e convites de pessoas que não conhecemos pessoalmente.
Para a psicopedagoga Betina Serson, neste caso, os pais devem impor as regras. “Na verdade, os pais não devem esquecer de que eles é que são os adultos da relação. Portanto, algumas regras devem ser discutidas com os filhos, porém as que dizem respeito à segurança das crianças, essas não devem ser levadas à negociação”, explica.
Uma maneira de fiscalizar melhor o filho é deixar o computador em uma área de acesso em comum e não no quarto. Para a psicopedagoga, é muito importante que os pais verifiquem com quem os filhos estão se comunicando e expliquem a eles os perigos que podem correr ao trocar mensagens com pessoas que não conhecem pessoalmente. “As crianças têm que saber que não devem fornecer nenhuma informação pessoal pela web e, caso achem as perguntas suspeitas, devem mostrar aos pais”, enfatiza.
Serson orienta para que os pais façam da Internet um meio de comunicação e não um modo de vida. Por isso, coordenar o tempo em que a criança ficará em frente ao computador é essencial. “Na verdade, o tempo saudável diário seria de uma a duas horas, com exceção nos casos de pesquisa escolar”, esclarece.
Nessa relação entre pais, filhos e Internet, o melhor a se fazer é manter uma conversa sincera. “O diálogo desta relação deve servir não apenas para orientar, mas contribuir para o desenvolvimento das crianças”, conclui Serson.
Colaboradora: Betina Serson é psicopedagoga e autora do livro “Seja o herói do seu filho”. Contato (11) 5054-2629.
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