sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A função educativa dos pais


Educar um filho não é simplesmente se fixar na área afetiva; é também iniciá-lo à vida, ajudá-lo a se adaptar para exigências da vida prática e lhe permitir desenvolver sua vida social. É transmitir-lhe um nome, uma linhagem, uma herança cultural e educativa: condutas, referências, idéias, um sistema de valores.
É também favorecer suas experiências, estimulá-lo na curiosidade de conhecer e de agir, desenvolver seu senso crítico e ajudá-lo em suas responsabilidade; ajudá-lo a ter respeito por si mesmo e pelos outros, aprendendo a dominar sua agressividade espontânea, sempre podendo se defender e lutar contra as dificuldades da existência.
Para isso, nada melhor que o exemplo de seus pais, de seus avós e das outras pessoas que o cercam.
Os pais transmitem aos filhos tudo o que sabem, o que aprenderam de seus pais e o que eles mais consideram, depois, deixam que, crescendo, encontrem seus próprios centros de interesse e seus próprios valores.Pode-se dizer que os pais tiveram êxito na educação do filho quando conseguiram ensiná-lo a viver sem eles. Não é bom que os pais fiquem centrados demais na educação dos filhos, aspirando fabricar jovens perfeitos. É sufocante tanto para os filhos quanto para os próprios pais.
Satisfazendo suas aspirações pessoais, os pais incitam os filhos a satisfazer as suas. isso é dar exemplo do prazer de viver!
Outro elemento importante é a relação pais-filhos que se estabelece pela comunicação, seja verbal ou não.
Lembremos que o diálogo é o instrumento privilegiado. Crises e incompreensões sempre se atam em torno do não dito e dos equívocos.
Outro ponto essencial é o acordo dos pais sobre os princípios educativos básicos, quer vivam junto ou não. Muitas divergências, ideológicas ou morais, deixam o jovem dividido, pois ele não pode deixar de tomar partido. A condenação ou desvalorização de um dos pais provoca uma ruptura identificatória, um sentimento de culpabilidade de angústia que levam o jovem a regredir ou a bloquear seu desenvolvimento. mas se um contestar as decisões do outro, o jovem passará pela experiência das diferenças de idéias, de posições e da distinção entre as funções de cada um, o que é muito estruturador.
Assim como faz com a autoridade, o jovem também testa essa aliança, e põe à prova educativa de seus pais e, às vezes, faz da discórdia uma prova de solidez psíquica de todos. Muitas vezes também o jovem é tentado a criar uma coalizão com um dos pais contra o outro. Isso é inconsciente a ambivalente. Ele procura essa aliança e a teme ao mesmo tempo, pois se ele se concretiza, é muito angustiante. Pode acontecer de os pais discutirem e brigarem, o que é pior. O importante, nesses casos, é esse verdadeiro, dizer com suas palavras o que se sente, pois é de nossa franqueza que o jovem tem mais necessidade.

Calire Garbar e Francis Theodore - Família Mosaico

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