sexta-feira, 29 de maio de 2009

Saci Pererê


A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é de origem Tupi Guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.
É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha, que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos.
Ele também se transforma numa ave chamada Mati-taperê, ou Sem-fim, ou Peitica como é conhecida no Nordeste, cujo canto melancólico, ecoa em todas as direções, não permitindo sua localização.
A superstição popular faz dessa ave uma espécie de demônio, que pratica malefícios pelas estradas, enganando os viajantes com os timbres dispersos do seu canto, e fazendo-os perder o rumo.

Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Dizem que Ele não atravessa córregos nem riachos. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo, e caso consiga pegar sua carapuça, pode realizar um desejo.
Alguém perseguido por ele, deve jogar em seu caminho cordas ou barbantes com nós. Ele então irá parar para desatá-los, e só depois continua a perseguição, o que dá tempo para que a pessoa fuja. Aqui, percebe-se a influência da lenda da Bruxa Européia, que é obrigada a contar os fios de um feixe de fibras, antes de entrar nas casas.
Do Amazonas ao Rio Grande do sul, o mito sofre variações. No Rio Grande ele é um menino de uma perna só, que adora atormentar os viajantes noturnos, fazendo-os perder o caminho. Em São Paulo é um negrinho que usa um boné vermelho e freqüenta os brejos, assustando os cavaleiros. Se o reconhece o chama pelo nome, e então foge dando uma espetacular gargalhada.

Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Mati-taperê, Matiaperê, Matimpererê, Matintaperera, Capetinha da Mão Furada, etc.
Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo. Em Portugal há relatos de uma entidade semelhante, que usa botas vermelhas. Há também variantes dessa entidade, na Argentina, Uruguai e Paraguai (Yasy Yateré), que é pequeno, gordo, vermelho e usa um bastão mágico dourado. Na Alemanha existe um anão chamado Kobolde, cujas características, de moleque travesso, são idênticas. Nenhum dos cronistas do Brasil colonial, registrou o Saci como é conhecido no Sul do país. Mais ainda, nenhum deles o inclui como uma das curiosidades da terra recentemente descoberta.
Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas.
Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. Dizem que ele não suporta o alho. Há ainda uma variante que diz que ele pode aumentar ou diminuir de tamanho quando quiser. Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai.
Normalmente é descrito como sendo, negrinho, lustroso, sem pelos no corpo nem na cabeça; dois olhos vivos e vermelhos; sua altura não passa de meio metro, pula com grande agilidade numa só perna, possui dentes brlhantes e brancos. Orelhas como de morcego, carapuça vermelha. Quando vê gente assobia. Adora assobiar de surpresa aos ouvidos dos viajantes, deixando-os desorientados pelo susto.
Dizem também que ele, na verdade eles, um bando de Sacis, costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer. Ele ainda tem o poder de se transformar no que quizer. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave. Para os Paraenses o Saci é a Mati-taperê, ou Matinta-Pereira. Em 1875, entre os índios Munducurus, já existia a tradição.
O mais comum é que o Saci é relatado com apenas brincalhão e malicioso, mas nunca malvado. Tanto, que são notórias suas gargalhadas à cada travessura praticada.

Fonte: Site Dicas para Pais e Educadores

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