quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Teatrinho para o Dia das Crianças - AS PRIMEIRAS NUVENS - WILSON R. VICENTE

MATERIAL NECESSÁRIO:

Roupas típicas de alguns países mais conhecidos para as crianças vestirem; roupas de camponeses; vários cartazes sobre os direitos das crianças; roupas imitando cogumelos; discos com músicas folclóricas e jogo de luz.

CENÁRIO ÚNICO

Sentada em um tronco de madeira, Ana Luíza conversa com seus amiguinhos Cogumelos l e 2. Ela veste um traje típico de camponesa em tons azul e branco.

Cogumelo l: Bom dia, linda menina.

Cogumelo 2: Veja como este dia está bonito!

Ana Luíza: Bom dia, meus amiguinhos da floresta.

Cogumelo 1: Você sabe, linda menina, que hoje estamos aqui muito mais contentes porque é...

Ana Luíza: ... o Dia da Criança!

Cogumelo 2: Que menina mais inteligente.

Ana Luíza: É por causa deste dia que estou usando um vestido novo. E espero que meus amigos também possam ter uma roupa nova.

Cogumelo 1: Você acredita que todos possam ter uma roupa nova?

Cogumelo 2: Espere um pouco, companheiro (interrompendo). Hoje só vamos falar de coisas boas e fazer companhia a esta linda menina.

Ana Luíza: Não, meus amiguinhos. Hoje vamos falar de tudo que se relacione com as crianças de todo o mundo.

Cogumelo 1: E será que todas as crianças no mundo sabem que hoje é o dia delas?



Ana Luíza: Eu, sinceramente, gostaria que elas pudessem ter nascido num lar tão bonito como o meu. Esta seria minha maior felicidade.

Cogumelo 1: E sobre a pergunta que eu fiz? Eu não conheço bem o mundo dos humanos...

Ana Luíza: Eu também não conheço. Sei algumas coisas pelo que ouço dos adultos; outras eu vejo.

Cogumelo 2: Isso acontece com a gente na floresta. Mas você, que vive nos campos, também conhece a cidade.

Ana Luíza: A cidade é o progresso. Ela é muito bonita com seus prédios maravilhosos, seus carros e muita coisa que não sei descrever.

Cogumelo 1: Eu gostaria de viver na cidade e conhecer tudo isso.

Entram Maurice, Ivete e Mari, amigos de Ana Luíza, vestidos também de camponeses.

Ivete: Mas vocês vivem nesta floresta tão bonita e querem ir para a cidade?

Cogumelo 2: Eu prefiro a floresta, o ar puro. Dizem que na cidade não se consegue respirar direito.

Cogumelo 1: Meu irmão prefere as coisas velhas, tradicionais.

Cogumelo 2: Nem sempre o velho é pior. Veja o que temos de bom aqui.

Mari: Você tem razão (falando para o Cogumelo 2). As pessoas, durante muito tempo, procuraram o progresso, as facilidades, e hoje estão se voltando mais para a natureza...

Maurice: E somos nós, os pequenos, que devemos preservar as florestas, os rios, a vida natural, para poder ter um futuro tranqüilo.

Ivete: Viemos para fazer uma grande festa pelo Dia da Criança.

Mari: O Maurice, que sabe desenhar muito bem, fez vários personagens em cartazes sobre o dia de hoje nas várias regiões do mundo.

Cogumelo 1: Então, tragam os cartazes para colocarmos neste espaço. (Mostra o espaço livre do palco.)

Cogumelo 2: Assim eu também vou conhecer as regiões do mundo e saber como são as pessoas.

Ana Luíza, Ivete, Mari e Maurice vão buscar os cartazes. (Podem ser de diversas maneiras, mas em tamanho grande, para que a platéia possa identificar a vida das crianças nas várias partes do mundo. O desenho deve mostrar coisas boas e ruins, inspirado nos direitos das crianças.)

Cogumelo 1: Você sabe desenhar muito bem, Maurice. Você tem um grande dom e deve cultivá-lo.

Cogumelo 2: Toda criança tem um dom e os adultos devem ajudá-la a desenvolvê-lo.

Ana Luíza: Olhando esses cartazes, eu pensei que pelo menos hoje seria muito bom que todas as cenas fossem bonitas...

Ivete: Esse é o desejo de todos nós, não é mesmo?

Mari: Claro que é. Mas acredito que somente se o mundo fosse dirigido pelas crianças isso seria possível.

Maurice: Eu procurei retratar o que acontece com as crianças de todo o mundo. Também gostaria de registrar e desenhar somente coisas boas. Mas o mundo é dirigido pêlos adultos e eles não pensam como nós.

Cogumelo 2: Eles podem até pensar, mas não fazem, não executam. Estão sempre preocupados com o progresso, que é importante, mas que deveria estar voltado para benefício da humanidade.

Ivete: Nós trouxemos um presente para vocês (falando para os cogumelos), e para você, Ana Luíza, que é nossa amiga e sabe tão bem amar as coisas da natureza.

Ana Luíza: Mas eu só faço aquilo que meus pais me ensinaram, e eu passei a acreditar que é o melhor para as crianças e para os adultos também.

Maurice: Você nos fez conhecer muita coisa bonita, como estes cogumelos, obra do Criador e da natureza.

Cogumelo l: Muito obriga do por suas palavras.

Mari: Ana Luíza, qual o seu maior desejo?

Ana Luíza: Além da felicidade das crianças em todas as partes do mundo, eu gostaria que as nuvens fossem azuis, embora eu goste também das brancas, num dia como hoje...

Maurice: Mas quando vai chover e ficam negras, você fica com medo...

Ivete: Nós também ficamos, pois desabam temporais.

Cogumelo 2: É por isso que nós temos estes chapéus (apontando para a cabeça) que nos protegem. Mas as chuvas são necessárias...

Mari: Antes da surpresa, temos um presente para todas as crianças...

Maurice: Todas as crianças devem ser respeitadas pêlos adultos, têm direito a um lar, têm direito a estudo, têm direito a uma casa para morar e não viver pelas ruas, abandonadas.

Cogumelo 1: Parece que o reino da Terra ainda será dos homens egoístas, que criam bombas para destruí-lo e acabar com tudo que temos de natural e bonito.

Ana Luíza: E as surpresas, meus amiguinhos?

Com efeitos musicais e de iluminação, um grupo entra vestido igual aos personagens, para várias apresen-tações de danças folclóricas com temas de camponeses ligados à natureza, à floresta, ao meio ambiente. Poderão ser recitados poemas sobre as crianças, devidamente ilustrados por outros camponeses do grupo encenador. Com roupas típicas de alguns países, outro grupo mostra as situações das crianças de acordo com as cenas dos cartazes preparados pelo personagem Maurice.



Depois das apresentações:

Ana Luíza: Que beleza! Vocês é que merecem ser homenageados por terem esta ideia. Espero que as coisas melhorem de verdade para todas as crianças do mundo.

Ivete: Acredito que, se as crianças também começarem a cobrar dos adultos os seus direitos, algo deve mudar no futuro.

Efeitos de iluminação.

Ana Luíza: Mas o que está acontecendo?

Ivete: Olhe para o céu.

Ana Luíza: O sol está muito forte...

Mari: Olhe o que está acontecendo!

Ana Luíza: (olhando para o alto, assim como todos os outros) Mas são as minhas nuvens azuis. Sempre as desejei, para não ficar com medo quando chove.

Cogumelo l: De vo dizer que também estou contente, pois sempre temia as nuvens negras antes dos temporais. Eu nunca tive coragem de dizer isso para ninguém.

Ivete: Aprenda a ser sincero e você viverá muito melhor. Será mais autêntico e terá muitos amigos.

Cogumelo 2: (falando para o irmão) Quero ver como você se sairá quando for para a cidade grande, pois lá há tanto barulho...

Ana Luíza: Nem sei como agradecer. Foi você quem pintou as nuvens? (Pergunta para Maurice.)

Maurice: Não. Eu tenho talento, mas não para tanto. Este é o milagre da fantasia das crianças e da própria natureza.

Mari: Então, com todas as crianças vamos brindar e comemorar as primeiras nuvens azuis no céu iluminado.

Ana Luíza: Que todas as florestas do mundo sejam preservadas, e todas as crianças sejam tratadas com muito carinho e que seu mundo particular e pequeno seja entendido pêlos adultos que as criam e as educam para o amanhã.

Confraternização final de todos os personagens, podendo ser completada por um número musical.


Fonte: Grupo Professores Solidários

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