domingo, 18 de janeiro de 2009

::. A hora certa de aprender a ler

Aline Berghetti Simoni


Fonoaudióloga formada pela Universidade Luterana do Brasil, ULBRA.
Especialista em Linguagem com ênfase em Fonoaudiologia Escolar pelo IPA.
Fonoaudióloga clínica.




Alfabetização significa o domínio da leitura e da escrita, mas esse domínio é na verdade a conclusão de um longo processo. Para que uma criança seja alfabetizada, é preciso que ela passe antes por uma série de etapas em seu desenvolvimento, tornando-se então preparada para a aquisição da leitura e da escrita. Uma criança sem o preparo necessário pode apresentar durante a alfabetização, dificuldades relacionadas à coordenação motora fina e à orientação espacial, não sabendo, por exemplo, segurar o lápis com firmeza, unir as letras enquanto escreve, ou como posicionar a escrita no papel. Pode ainda ter problemas para identificar os fonemas (letras na fala) e associá-los aos grafemas (letras na escrita). Podemos também encontrar crianças que só sabem copiar textos, e durante um ditado, não conseguem escrever.


O período propício para a alfabetização é entre os 6 ou 7 anos. Este processo pode levar até 2 anos dependendo da maturidade da criança, do quanto ela é estimulada por seus responsáveis, do ritmo próprio dela e do seu preparo para a alfabetização. Este é o período considerado adequado para que a criança tenha completo domínio da leitura e da escrita. Alfabetizar a criança aos 7 anos, durante apenas um ano letivo, porém, não é aconselhável. A concentração do aprendizado em um ano pode causar o que os pedagogos chamam de alfabetização mecânica, ou seja, a criança corre o risco de se transformar num leitor que não entende o que lê. É por meio da experiência, da observação e da exploração de seu ambiente, é que a criança constrói seu conhecimento, modifica situações, reestrutura seus esquemas de pensamento, interpreta e busca soluções para fatos novos, o que favorece e muito, o desenvolvimento intelectual da criança, principalmente, na fase pré - escolar.


A pré-escola tem um papel importantíssimo no preparo da criança para a alfabetização e deve cumprir este papel com competência. É o início da formação da criança, é onde ela vai ter o primeiro contato com o processo de aprendizagem, que será a base para todos os anos de escola que ela terá no futuro. Dois fatores determinam a rapidez e a facilidade com que a criança aprende a ler e a escrever: o estímulo da família e da escola e o desenvolvimento do sistema nervoso, que depende, entre outros fatores, da alimentação. Mas, durante o processo de aprendizagem, diversas são as dificuldades relacionadas à linguagem (oral e escrita) que podem ser diagnosticadas, tais como: atraso de linguagem, atraso global de desenvolvimento, déficits cognitivos / síndromes neurológicas, déficits perceptivos e emocionais, síndrome do déficit de atenção e hiperatividade - TDAH, etc. Se a criança apresentar alguma dificuldade, é importante procurar um profissional capacitado, e este fará os encaminhamentos que se fizerem necessários.




Importante:

  • Auto-estima elevada, estar bem emocionalmente, ter segurança e auto-confiança é fundamental para a criança;
  • Sempre valorize o que a criança falar. Conversar com ela ajudará a estimular sua linguagem, pensamento e inteligência;
  • Sempre falar com a criança corretamente. Evite falar errado ou de forma infantil, para que eles acostumem a ouvir desde cedo as palavras como elas devem ser pronunciadas;
  • A família deve interessar-se pela vida escolar da criança, ajudá-la com as tarefas, participar das reuniões, estar em contato com os professores;
  • Incentive seu filho a ler livros, ver filmes e ter um horário todos os dias destinado aos estudos;
  • Incentive-o a identificar marcas famosas em jornais e revistas, oferecendo lápis e papel para que ele possa desenhar e escrever;
  • Proponha atividades criativas a criança, que podem acontecer no quintal, na rua, no shopping, no carro, na sala, etc...;

A aprendizagem lúdica através de jogos, brincadeiras, músicas, e dramatizações é significativa e altamente motivadora, devendo acontecer em casa e na escola;


E atenção! Se a professora disser que a criança não está acompanhando a turma ou não presta atenção nas aulas pode ser um sinal de uma possível dificuldade. Procure orientação.


BIBLIOGRAFIAFERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.____________e PALACIOS, M. Os processos de leitura e escrita - novas perspectivas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

MORAES, Z.R. Dificuldades de aprendizagem. In: GOLDFELD, M. Fundamentos em fonoaudiologia. São Paulo: Afiliada, 1998.

MURDOCH, B.E. Desenvolvimento da fala e distúrbios da linguagem: uma abordagem neuroanatômica e neurofisiológica. São Paulo: Revinter, 1997.
Estimule a criança através de estórias e músicas.Professores, Psicopedagogos, Pedagogos, Fonoaudiólogos

http://www.pedagobrasil.com.br/fonoaudiologia/ahoracertadeaprenderaler.htm

2 comentários:

ANA LÚCIA disse...

Amiga,
Sempre incentivei a minha filha a ler, sem pressão, mas com carinho. E também converso muito com ela e faço ela conversar muito comigo, além de incentivá-la a inventar histórias, músicas e sempre tenho palavras de elogio. Dessa forma ela está sempre raciocinando e estimulando a linguagem. Faço isso desde que ela era bem pequena e continuei depois que começou a frequentar a escola. Resultado: Ela lê desde os 4 anos e 8 meses fluentemente, fala sem erros de português, tem boa pronúncia e escreve muito bem. Hoje com sete anos recebe elogios da professora e da direção da escola. Fico orgulhosa e feliz. Escola e professores tem um papel importante, mas em casa devemos dar continuidade no processo de aprendizagem. Muitos pais não agem dessa forma e acham que diálogo e atenção para os filhos não são importantes. Estão enganados.
As crianças nessa 1ª fase escolar são que nem esponja absorvem o aprendizado, porque são curiosas e se souber conduzir - com facilidade. Basta ter paciência e amor.
Boa semana.
Abçs,
Ana

Prô Rirela disse...

Nossa Ana Lúcia, teu depoimento é lindo ainda mais porque é o resultado de algo vivenciado. Que pena q nem todos os pais tenha o seu comprometimento para com os próprios filhos. Se fosse assim viveríamos num mundo bem melhor pois não apenas no nível escolar mas também em toda a sociedade teríamos realmente a formação de cidadãos!
Parabéns!