sábado, 7 de fevereiro de 2009

Pequenos projetos de Leitura (continuação)


SUGESTÃO Nº.5

CINDERELA BRASILEIRA
Justificativa:
O conto de fada Cinderela é conhecido em muitas versões. A autora de Cinderela Brasileira nos traz uma versão deste conhecido conto com uma singularidade: sua origem advém da cultura indígena brasileira –dos índios Tenetehara, que vivem na região da floresta amazônica.
O projeto procura aliar o prazer da leitura à busca de novos conhecimentos sobre a diversidade cultural do Brasil. Com essa proposta elaboramos atividades em que os alunos protagonizem momentos de reflexão, conhecimento e ação, tendo como objetivo a conscientização e o respeito às diversas manifestações culturais.
Os trabalhos contemplam momentos individuais, em pares, em grupo. O sucesso do projeto torna-se realidade com a ação coletiva, já que integra as atividades desenvolvidas nas diferentes áreas do saber em um único produto final.
As atividades caracterizam-se pelo aspecto interdisciplinar, portanto, são correlacionadas e interdependentes. O projeto inicia-se com a leitura do texto e das imagens, formando o universo a ser interpretado e recriado.Posteriormente, os alunos interpretam o texto e o analisam em relação à cultura popular, regional e geográfica, aspectos que caracterizam a brasilidade do texto.
Os conhecimentos referentes às ciências exatas são explorados no aproveitamento de materiais recicláveis e em atividades em que cálculos e medidas se fazem necessários.
Os recursos tecnológicos são utilizados em pesquisas na internet, bem como para a apresentação dos conhecimentos adquiridos na elaboração e execução das atividades do projeto.
Embora as atividades apresentem indicações e sugestões para sua execução, o professor é livre para adaptá-las aos interesses educacionais de sua turma, bem como para propor novos desdobramentos para o tema.

PROJETO INTERDISCIPLINAR:
A diversidade sociocultural no conto de fada – releitura que se faz na tradição oral.
Conteúdos abordados: estruturas textuais: da narrativa à dramatização; aspectos socioculturais, econômicos e geofísicos; uso de material reciclável; cálculos e medidas.
Temas Transversais: Ética, Cidadania e Meio Ambiente.
Público indicado: alunos do Ensino Fundamental II.
Objetivos
• Estabelecer relações entre a leitura e a realidade vivida;
• Promover o trabalho e a colaboração entre grupos;
• Conhecer manifestações culturais diferentes do seu contexto social;
• Respeitar as diferenças socioculturais;
• Protagonizar projetos escolares;
• Integrar o conhecimento advindo das diferentes áreas do saber;
• Valorizar suas produções, a partir da socialização do conhecimento adquirido.
Obras correlacionadas:
As aventuras de Pinóquio. De Carlo Collodi. A leitura deste e de outros contos de fadas poderá incentivar o trabalho de recriação de histórias tradicionais de acordo com aspectos socioculturais.Coleção (Re) fabulando. Vol. I ao VII. Essa coleção apresenta narrativas herdadas da rica cultura popular brasileira, encantadas pelo tempo, reescritas de maneira poética e simples.Meu Brasil de A a Z. De Ulisses Tavares e Maria Galas. Neste livro o leitor tem um panorama da diversidade cultural brasileira em versos e em obras de arte.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES POR ÁREA DO SABER DIÁLOGO COM A CLASSE SOBRE O PROJETO: explique aos alunos que o objetivo principal da leitura da obra será a elaboração e apresentação do texto em dramatização teatral. Para tanto, várias atividades serão desenvolvidas, principalmente em grupo. Dentre as atividades, os alunos farão leituras, interpretação, pesquisas sobre a origem do texto e adaptação para a linguagem do gênero dramático.

Linguagem
1. Leitura do livro:
Antes da leitura da obra, recorde com os alunos a história de Cinderela. Explique-lhes que há muitas versões para este conto de fada. Informe-lhes que ao escrever Cinderela Brasileira, a autora baseou-se numa versão da tradição indígena Tenetehara, tribo que vive na floresta tropical do Estado do Maranhão, parte da Bacia Amazônica. Portanto, os costumes, a cultura e o modo de vida dos índios Tenetehara são retratados neste conto de fada.
Disponibilize um tempo para que façam a leitura individual do texto. Em seguida, proponha a leitura expressiva (em voz alta). Distribua as “falas” dos personagens, ou seja, na leitura expressiva cada aluno lerá o texto que corresponde a um personagem, procurando entoar a voz de acordo com a situação vivida. Um aluno lerá todas as “falas” do narrador da história.
2. Correlação entre ilustração e texto:
Divida a classe em 07 grupos. Distribua duas ilustrações da obra para cada grupo. O trabalho de cada grupo consistirá em:
a) Descrever a ilustração (aspectos que caracterizam o ambiente e as personagens);
b) Relacionar a situação ilustrada à passagem de texto correspondente;
c) Nomear a ilustração (ou seja, intitulá-la). Incentive-os a reproduzir ou a fazer uma releitura das ilustrações em guache ou usando lápis de cor. Ao término dos trabalhos, os grupos deverão apresentar seus resultados aos colegas de sala.
3. Caracterização das personagens:
Como seriam as personagens da história? Novamente em grupos, solicite que os alunos caracterizem os aspectos físicos e psicológicos de cada personagem textual.
Como são as roupas?
O comportamento?
A apresentação física?
Os sentimentos íntimos?
O tom de voz?
O andar?
Oriente-os para que fiquem atentos aos detalhes.
4. Caracterização do ambiente em que se passa a história:
Peça aos grupos de trabalho que descrevam os espaços e ambientação da história. Quais objetos, quais paisagens fazem parte de cada ambiente?
Se puderem, sugira que apresentem o trabalho com os dados escritos e ilustrados. Explique-lhes que servirá para compor o cenário da peça.
Criação de diálogos: na obra há muitas situações narradas que podem ser expressas em “falas” dos personagens. Divida a classe em grupos de trabalho e solicite aos alunos que criem diálogos para as diversas situações narradas. Por exemplo: o diálogo entre Maria e seu pai; o diálogo de Maria com as irmãs ao conhecê-las, tentando ser gentil e sendo desprezada. Estipule um prazo para a apresentação escrita e oral dos diálogos.
5. Reescrita coletiva do texto com os novos diálogos:
Proponha que a turma forme um novo texto que incorpore os diálogos criados pelos grupos. Em trabalho coletivo, selecionem os melhores diálogos dentre os apresentados, para que possam formar um texto único de recriação da história com diálogos. De acordo com a situação narrada, conforme os alunos forem indicando as falas dos personagens, escreva-as na lousa e peça que façam o mesmo nos cadernos.
6. Mudança de gênero - do narrativo para o dramático:
Agora que o texto foi acrescido dos diálogos criados e selecionados pelo grupo, o professor poderá iniciar os trabalhos de mudança da estrutura narrativa para a estrutura dramática. Para tanto, explique aos alunos que no texto dramático não há narrador. As rubricas e os diálogos entre os personagens substituem o texto do narrador.
O ambiente em que se passa a cena é apresentado no texto para indicar o cenário da peça teatral. A fala de cada personagem é precedida do seu respectivo nome. A indicação de suas ações, sentimentos e emoções aparecem entre parênteses no texto (rubricas).
Com a turma, reescreva o texto incorporando as indicações de cenário, mudança de cena e fala dos personagens, suas ações, sentimentos e emoções. Oriente-os para o uso da rubrica.
7. Atividade Integrada:
Dramatização: O texto teatral está pronto. É hora de distribuir os papéis para a montagem da peça. Além dos “atores”, o grupo precisará eleger a equipe de cenografia (responsável pela elaboração do cenário), de sonoplastia (que selecionará as músicas de fundo para as cenas), de direção, a equipe responsável pela caracterização física dos personagens (roupas e maquilagem).
Alguns alunos podem ficar responsáveis pela divulgação da apresentação teatral, cuidando da elaboração de cartazes e convites.Faz-se necessário o agendamento de ensaios, desde a leitura dramatizada do texto a encenação. Os professores de Língua Portuguesa, Arte e Educação Física podem se unir na orientação aos alunos.
8. Gravação das falas:
Como um exercício de verificação da entonação adequada da voz e clareza na fala, sugiro que em um dos ensaios de leitura dramatizada o texto seja gravado e ouvido pelos alunos, a fim de corrigir possíveis falhas.

Ciencias Humanas
1. Origem do conto: essa versão do conto de fada traz elementos característicos da cultura e do modo de vida dos índios Tenetehara. Para compreender as situações narradas, bem como os aspectos que diferem do original, como por exemplo, a substituição do encontro de Cinderela com seu príncipe no baile realizado no palácio, como consta do original, pelo encontro com o soldado na igreja, os alunos devem conhecer melhor a história da catequização dos índios.
Ao final do conto, a autora disponibiliza (In:Nota da Autora) dados pertinentes ao seu contexto de origem sociocultural. Peça aos alunos que leiam essas informações e procurem formar um panorama da cultura dos índios Tenetehara.
Vários sites da internet disponibilizam mais dados sobre o assunto. Solicite que complementem as informações do livro com pesquisas nesses sites.
Estipule uma data para a apresentação dos resultados e para a realização de um debate. O debate terá como objetivo relacionar a versão do conto ao contexto sociocultural e econômico dos índios Tenetehara.
2. Formação de material explicativo sobre a origem indígena do conto: ao divulgar a apresentação da peça teatral, os alunos também podem divulgar informações sobre a origem do conto. Sugiro a confecção de cartazes e/ou folhetos explicativos sobre a cultura e o modo de vida dos índios. Após a apresentação da peça, poderão reservar um momento para o debate sobre a sua origem sócio-histórica, compartilhando o conhecimento adquirido.
Ciências Exatas:
Os professores desta área poderão auxiliar na elaboração dos cenários, no que diz respeito à sua estruturação arquitetônica, bem como no uso de materiais recicláveis.
TEMAS TRANSVERSAISDIVERSIDADE CULTURAL: proponha momentos de reflexão e debate sobre o contexto sociocultural do grupo indígena que originou o conto. O objetivo do debate centraliza-se na apreciação da diversidade cultural brasileira e no respeito às suas manifestações. O debate, ao final da apresentação teatral, deve refletir o alcance deste objetivo junto aos alunos participantes do projeto.
AVALIAÇÃO: A proosta é que a avaliação seja desenvolvida com comentários qualitativos e criticas construtivas, formuladas visando melhorar o que foi apresentado. Abra espaço para a auto-avaliação e para sugestões de reelaboração das estratégias de trabalho.

Um comentário:

Escola José Candido disse...

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