sábado, 12 de março de 2011

Para trabalhar a linguagem informal

HORA DA BRINCADEIRA


A LÍNGUA QUE FALAMOS É ENGRAÇADA.
PRA PERCEBER, FIQUE DE ANTENA LIGADA.

NÃO SE PODE LEVAR TUDO AO PÉ DA LETRA,
SENÃO ACABA DANDO A MAIOR TRETA.

ABACAXI É COISA DIFÍCIL DE FAZER.
DAR BOLO EM ALGUÉM É NÃO APARECER.

PAULEIRA É CORRERIA; BATE-BOCA, DISCUSSÃO.
IR À FESTA SEM SER CONVIDADE É BICÃO.

CAIR COMO UM PATINHO É SER ENGANADO.
SUJEITO CARETA É UM CARA ANTIQUADO.

FAZER TRICÔ É O MESMO QUE FOFOCA,
UMA SITUAÇÃO COMPLICADA É BROCA.

FAZER SUCESSO É ABAFAR, ARREPIAR;
IR PARA O BELELÉU É FRACASSAR.

CHUTAR É AFIRMAR SEM TER CERTEZA,
VIVER À SOMBRA É QUERER MOLEZA.

BANHO É DERROTA, CABEÇA É CUCA,
PESSOA SEM PARAFUSO É MALUCA.

PREGUIÇOSO É QUEM FICA NA MACIOTA,
MENTIR É O MESMO QUE CONTAR LOROTA.

APROVEITAR É TIRAR UMA CASQUINHA.
ARRECADAR GRANA COM AMIGOS É VAQUINHA.

NECA É NADA, NA BUCHA É NO ATO,
DAR UMA DE BOBO É PAGAR O PATO.

COISA SEM VALOR É COISA MIXURUCA,
DESEJAR MAL PARA ALGUÉM É URUCA.

XAROPE É UMA PESSOA BEM CHATA,
CHUPIM É QUEM VIVE NA MAMATA.

DESAPARECER É TOMAR CHÁ DE SUMIÇO,

ESTAR FORA É NÃO ASSUMIR COMPROMISSO.

VELHO É O PAI, COISA PODE SER TRECO,
CONFUSÃO É SEMPRE PERERECO.

COLEGA DURO DE ATURAR É MALA,
CABULAR É FALTAR À AULA.

ESTUDAR A NOSSA LÍNGUA É MANEIRO.
BRINCAR COM PALAVRAS É RECREIO.

João Anzanello Carrascoza.
Revista Recreio. Era uma vez...
São Paulo: Abril, 2004. Edição Especial.

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